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            O Plenário da Câmara recebeu, na noite de segunda-feira (14), a Audiência Pública “Políticas culturais que apoiam músicos e cantores”. O debate foi proposto pelo vereador Michel Kary (PL), por meio do Requerimento 743/2025. O objetivo foi reunir representantes do Poder Público e artistas locais para discutir alternativas e estratégias para ampliar o acesso a editais, espaços de apresentação, capacitação e valorização do trabalho musical.

            Além do vereador, compuseram a mesa a secretária municipal de cultura, Euzania Andrade; a presidente da Fundação de Arte e Cultura de Araraquara (Fundart), Renata Crespi; o secretário municipal de governo, Leandro Guidolin; e o músico Tiago Camargo, representando artistas de Araraquara. Também estiveram presentes a vereadora Fabi Virgílio (PT) e o vereador Alcindo Sabino (PT), que, junto a Michel Kary, fazem parte da Comissão de Cultura, Esporte e Lazer da Câmara.

            Ao longo das discussões, músicos e produtores apresentaram demandas do setor e comentaram sobre experiências e dificuldades enfrentadas nos bastidores do cenário musical da cidade. A principal demanda apontada foi a dificuldade em compreender os procedimentos relacionados à criação de projetos e à inscrição em editais de fomento à cultura.

            “Existem músicos que não sabem montar projetos. Precisa ter um suporte para os músicos dentro da Secretaria de Cultura, porque existem músicos que não se inscrevem [em editais de fomento] porque não sabem”, comentou o produtor local Gilberto Pinheiro.

            “Uma agenda contínua de capacitação permanente para todas as pessoas que queiram acessar os editais” foi a sugestão da vereadora Fabi Virgílio, que mencionou o Sebrae como possível parceiro para a realização de cursos.

            A remuneração foi outra questão levantada pelos músicos presentes. Uma das sugestões foi priorizar artistas locais nas contratações de atrações para eventos, além de buscar estratégias de incentivo para que realizadores e proprietários de bares e casas de shows da cidade optem por músicos locais e ofereçam cachês compatíveis com o trabalho.

            “Existe aqui no município um programa de apoio à cultura, que é um programa municipal e que também tem que passar por edital. A gente pode fortalecer esse programa para conseguir mais recursos por meio do ISS [Imposto sobre Serviços], que as empresas pagam para o município, ou pelo IPTU”, propôs Alcindo Sabino.

            Músicos presentes abordaram, ainda, a necessidade de espaços e eventos em que tenham a oportunidade de se apresentar. Os artistas sugeriram utilizar espaços públicos, como praças, para realizar shows e festivais de música. Dessa forma, seria possível promover o lazer para moradores de diferentes localidades e incentivar o comércio.

            Relembrando a própria experiência como proprietária de uma escola de ballet e as experiências similares às apresentadas pelos músicos, Renata Crespi apontou a relevância da união entre artistas. Segundo a presidente da Fundart, a organização do setor por meio da criação da Rede das Escolas de Dança de Araraquara (Radar) foi o que possibilitou a aquisição de recursos próprios e a realização de eventos conjuntos.

            Retomando a importância de valorizar artistas locais, o vereador Michel Kary ressaltou a percepção da realização de eventos como investimento que traz retornos para a cidade. “Cada real investido na cultura reverte quatro vezes mais. Reverte com ambulante, com Uber, com hotel, com restaurante, com tudo. Evento movimenta. O artista movimenta”, disse.

            Para ver e rever

            A Audiência Pública foi transmitida ao vivo pela TV Câmara (canal 17 da Claro) e pode ser assistida na íntegra na página do Facebook e no canal do YouTube da Câmara.