Notícias



Araraquara conta com 21 imóveis abandonados; 24 estão em fase de análise

Dados foram fornecidos por secretarias municipais após questionamentos do vereador Guilherme Bianco (PCdoB)

Publicado por: Foto: Freepik

422


A Lei Municipal nº 7.733/2012 regulamenta o procedimento para aplicação do artigo 1.276 do Código Civil, que trata do instituto do abandono de imóveis, permitindo à Prefeitura declarar a perda da propriedade de imóveis urbanos abandonados e destinar esses bens a fins sociais, como regularização fundiária ou programas habitacionais.

 

A lei estabelece critérios para caracterizar o abandono (como falta de utilização, conservação ou resposta do proprietário a notificações), prevê etapas administrativas (notificações, prazos para defesa) e determina que os imóveis abandonados possam ser incorporados ao patrimônio municipal, visando a combater a ociosidade e promover a função social da propriedade.

 

“Observa-se em diversos bairros de Araraquara a existência de imóveis abandonados, sem função social definida, que acabam se tornando pontos de insegurança, acúmulo de lixo, focos de proliferação de vetores e até ocupações irregulares, e que tais situações vão de encontro ao princípio da função social da propriedade e aos objetivos da política habitacional previstos na referida lei”, coloca o vereador Guilherme Bianco (PCdoB) em requerimento encaminhado à Prefeitura em abril, no qual pede informações sobre a aplicação da Lei do Instituto do Abandono de Araraquara.

 

No documento, o parlamentar pergunta quantos imóveis estão atualmente enquadrados na Lei nº 7.733/2012 por estarem em situação de abandono no município; quantos imóveis estão em processo de análise para possível enquadramento na referida lei; quais os critérios técnicos e jurídicos utilizados para caracterizar um imóvel como abandonado e sujeito às medidas previstas na lei; e quantas notificações ou ações judiciais já foram realizadas pelo município com base nessa lei desde sua vigência.

 

Indaga ainda quantos imóveis já foram destinados a programas habitacionais após a aplicação da lei; qual o número atual de pessoas/famílias cadastradas na fila de espera por habitação popular em Araraquara; qual o saldo atual contido no Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS), criado pela Lei Municipal n° 9.060, de 31 de agosto de 2017; e se existe algum plano ou projeto em andamento para reinserir imóveis abandonados no mercado habitacional, especialmente para fins sociais.

 

Em resposta, as secretarias municipais de Obras e Serviços Públicos e de Desenvolvimento Urbano informaram que em Araraquara, atualmente, 21 imóveis estão enquadrados nos termos da Lei nº 7.733/2012, por estarem caracterizados como abandonados, conforme os critérios legais vigentes. “Esse número evidencia a aplicação efetiva do dispositivo legal, que visa coibir o uso inadequado da propriedade urbana, promovendo sua função social”, lê-se no documento.

 

Além desses, há outros 24 imóveis em fase de análise para possível enquadramento na mesma legislação. “Esse processo demonstra o esforço contínuo do poder público em mapear e responsabilizar proprietários que negligenciam seus bens em detrimento do interesse coletivo.”

 

As pastas explicam que a caracterização de um imóvel como abandonado é realizada com base nos critérios técnicos e jurídicos estabelecidos pela própria Lei nº 7.733/2012 e suas posteriores alterações. A legislação considera, entre outros aspectos, o estado de conservação do imóvel, sua desocupação prolongada, e estar o proprietário inadimplente com o pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

 

“Apesar da identificação e do enquadramento de imóveis abandonados conforme os dispositivos da Lei nº 7.733/2012, até o momento, nenhum desses bens foi destinado a programas habitacionais. Essa informação aponta para a continuidade nos trâmites administrativos e jurídicos que possibilitem a efetiva destinação dos imóveis, respeitando os requisitos legais e garantindo a segurança jurídica de todo o processo. O acompanhamento permanente dessas etapas é fundamental para assegurar que os imóveis identificados possam, em momento oportuno, cumprir sua função social e contribuir para a ampliação da oferta habitacional no município”, detalham.

 

Sobre a demanda habitacional em Araraquara, as secretarias esclarecem que o município conta atualmente com 5.494 cadastros ativos na fila de espera por moradia popular. “Esse dado reflete a dimensão da demanda reprimida e serve como parâmetro importante para o planejamento e a execução de ações voltadas à ampliação da oferta de habitação de interesse social, em consonância com as diretrizes estabelecidas pela política urbana municipal.”


Publicado em: 27 de junho de 2025

Cadastre-se e receba notícias em seu email

Categoria: Câmara

Comentários

Adicione seu comentário

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.


Outras Notícias

Fique por dentro

PAT (12/08/25)

12 de agosto de 2025

O PAT Araraquara está com vagas abertas para diferentes áreas, incluindo auxiliar administrativo, auxiliar de refrigeração, auxiliar operacional para jardinagem, babá, cozinheiro(a) PCD para mercad...



Arte & Gastrô (12/08)

12 de agosto de 2025

A 3ª edição da Feira Arte & Gastrô será realizada neste domingo (17), das 15h às 21h, na Praça do Faveral, reunindo mais de 90 expositores de economia criativa com artesanato, brechó, discos de vin...



Pedidos de isenção (12/08)

12 de agosto de 2025

A Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Araraquara abre, nesta terça-feira (12), o período para solicitação de isenção total e redução de 50% da taxa de inscrição do vestibular do 1º semestre de 2026,...



Agosto Lilás 2025 (12/08)

12 de agosto de 2025

Como parte da campanha Agosto Lilás 2025, a Prefeitura de Araraquara realiza uma série de rodas de conversa conduzidas pelas psicólogas do Centro de Referência da Mulher (CRM) com beneficiários do...



Acúmulo de água na Avenida Matão causa transtornos na Vila Xavier

12 de agosto de 2025

Após fiscalizar o cruzamento da Avenida Matão com a Rua Presidente João Belchior Marques Goulart, na Vila Xavier, juntamente com o engenheiro civil e chefe da Divisão de Mobilidade e Projetos Viári...



Obras não iniciadas do OP são fiscalizadas por meio de Requerimento

12 de agosto de 2025

Buscando mais transparência sobre políticas de participação popular e realização de obras públicas, o presidente da Câmara Municipal, vereador Rafael de Angeli (Republicanos), enviou à Prefeitura u...





Esse site armazena dados (como cookies), o que permite que determinadas funcionalidades (como análises e personalização) funcionem apropriadamente. Clique aqui e saiba mais!