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Uma Audiência Pública realizada na Câmara abordou a necessidade de criação de uma política municipal para a promoção do uso racional de medicamentos. O evento foi realizado na tarde de segunda-feira (5), no Plenário do Legislativo, e organizado pela vereadora Fabi Virgílio (PT).
Estiveram presentes a vereadora Maria Paula (PT), professores e alunos de universidades, representantes de instituições, além de outras pessoas ligadas ao assunto. A atividade fez parte da “Semana de Conscientização do Uso Correto de Medicamentos”, instituída pela Lei Municipal nº 8.892/2017.
“Nós não temos uma política municipal estabelecida. Todo o alinhamento do programa está estabelecido com a política nacional. Nós temos só programas de assistência farmacêutica, por exemplo, mas não temos uma política municipal de assistência farmacêutica e que fale do uso racional”, explicou Fabi.
“A gente tira [da audiência] uma missão [...]: compor um grupo de trabalho para ir pensando essa agenda municipal que não se reduza ao mês de maio, mas que a gente consiga provocar esse fórum de discussão permanente até criar uma política municipal por força de lei. E, depois, ir fazendo os processos de sensibilização e de educação em direitos que a gente precisa na cidade”, complementou a vereadora.
Perigos
A coordenadora do Grupo Técnico de Trabalho de Saúde Pública do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), Maria José Martins de Souza, apresentou dados sobre o uso incorreto de medicamentos em Araraquara entre 2016 e 2024.
Foram registrados, nesse período, 669 casos de intoxicação por remédios na cidade. “É pouco? Não sei. É muito? Não sei. Porque nós temos uma subnotificação. O mesmo acontece com as reações adversas a medicamentos. Por isso, a importância de os profissionais de saúde saberem que é uma notificação, uma reação adversa, uma intoxicação, para poder fazer uma política baseada em evidências”, declarou a representante do CRF-SP.
Desses 669 casos, 258 (39%) são relacionados a benzodiazepínicos — utilizados para ansiedade e insônia, por exemplo, e que necessitam de receita médica. “Isso significa que alguém está tendo acesso em local indevido, que possivelmente esteja vendendo sem prescrição, uma farmácia clandestina. A gente sabe que isso existe muito. Uma farmácia ilegal, sem farmacêutico. Quando eu tive acesso a esse dado, eu fiquei bastante assustada”, complementou.
A automedicação é causa de intoxicação no mundo todo. Outro remédio citado foi o paracetamol, muito utilizado para dor de cabeça. “Mesmo em dose terapêutica, é um medicamento que, se a pessoa tiver questões genéticas, idade, comorbidades, uso de outros medicamentos, uso concomitante com álcool, ela pode agravar e ir para transplante de fígado. Não é raro. Nessas condições, o quadro pode evoluir a óbito de 72 a 96 horas, ou seja, de 3 a 4 dias”, disse a especialista.
Estratégias
Representando a Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp, a professora doutora Elisdete Maria Santos de Jesus ressaltou a importância de se utilizar estratégias para que a informação correta chegue até as pessoas. Para esse objetivo, ela defende a união entre poder público, sociedade, entidades, associações e conselhos federais e regionais. “Quando eu junto todas essas entidades, eu consigo fazer com que as orientações e a própria política cheguem nessas pessoas que estão necessitando”, explicou.
E a professora doutora Nathalie de Lourdes Souza Dewulf, da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG), concluiu o evento agradecendo pela oportunidade de troca de experiências. “Nesse diálogo entre a universidade e a sociedade, todos aprendem em conjunto. Esse é o verdadeiro trabalho da extensão. Nós estamos levando informações e aprendendo junto com a sociedade. É um exemplo de cidadania ativa de todos vocês”, afirmou.
No início da audiência, uma mesa de abertura reuniu a vereadora Fabi Virgílio e outras quatro autoridades que falaram sobre a importância da realização do evento e da formulação da política municipal: a coordenadora do curso de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp, Taís Maria Bauab; a chefe da Divisão de Educação Permanente da Secretaria Municipal de Saúde, Maria do Rosário Carnesseca; a farmacêutica Camila Garcia da Silva, representando o programa Farmácia Solidária do Fundo Social de Solidariedade; e Luiz Guilherme Xavier Cação, aluno do curso de Farmácia da Unesp e presidente do Centro Acadêmico de Ciências Farmacêuticas (Cacif).
O evento foi transmitido ao vivo pela TV Câmara e pode ser reassistido pelo Facebook e pelo YouTube.
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