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O Centro de Ressocialização Masculino de Araraquara (CR Masculino) está celebrando 20 anos de existência. Nesta segunda-feira (20), ocorreu uma solenidade que, além de comemorar a data, também homenageou os três primeiros diretores da unidade, considerada uma das maiores referências de política pública para a reinserção de detentos à sociedade. E isso parece claro quando se observa a taxa de reincidência dos educandos, de apenas 4,65%, enquanto, em uma penitenciária normal, essa taxa pode chegar a mais de 75%.
Para o presidente da Câmara, vereador Aluisio Boi (MDB), dentro do CR o reeducando está tentando mudar, ser alguém melhor para retornar à sociedade. “O que cada um está passando, privado da liberdade e aprendendo a ter responsabilidade sobre os atos que cometeu, acaba levando a escolha de não mais voltar ao crime. Além do mais, é preciso aproveitar a oportunidade de estudo e aprendizado de uma profissão oferecidos aqui na unidade, para que vocês possam voltar preparados para suas famílias e para a sociedade. Recentemente, a Câmara Municipal aprovou recursos para a renovação do convênio do município para os programas de formação e educação praticados no CR Masculino. A Câmara representa a sociedade e sabe que vocês vão aproveitar as chances que são dadas aqui dentro, para aprenderem um ofício, uma profissão”, destacou.
Um dos homenageados, Carlos Eduardo Serraglio, o Tuca, diretor que ficou há mais tempo à frente da unidade, de 2007 a 2020, disse que o trabalho precisa envolver a família para onde o reeducando vai voltar, além de outras necessidades. “É preciso trabalhar também a religiosidade, para dar referência de princípios, valores e motivação. Aqui há várias igrejas trazendo religião aos internos. Há também instituições de educação, que ajudam a abrir mentes”, afirmou, citando a professora Darcy Dantas, que demonstra aos internos que a leitura leva muito mais além do que onde estamos. Tuca lembrou que um reeducando está escrevendo seu terceiro livro dentro da unidade. “Aqui foi criado um grupo de narcóticos anônimos, o Grupo Esperança, que tem encontros aos sábados à noite, para que, no retorno à sociedade, eles não busquem as drogas. E aqui se trabalha muito a parte profissional, para dar formação, pois o reeducando, ao sair daqui, possa ter uma condição de recomeçar. São cursos de eletricista residencial, pintor e outras oportunidades, com certificado, para que o emprego represente uma vida nova”, relatou Tuca.
O atual diretor da unidade, Otácio Manoel da Trindade Filho, afirmou que entrar no serviço público o fez compreender que todos merecem uma chance. “O cumprimento de pena pode ser uma oportunidade para as pessoas que cometeram delitos mostrarem para a sociedade que podem melhorar e retornar a sociedade de forma digna”, ponderou.
Participaram do evento Ede Aparecida Mariano Roselen, diretora do Centro de Ressocialização Feminino de Araraquara; Emeli Luís Rabello, presidente do conselho da Comunidade de Araraquara; João Piauí, gerente regional interino da Fundação Estadual de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap); Amanda Vizoná, secretária municipal de Direitos Humanos e Participação Popular, representando o prefeito Edinho Silva (PT); integrantes do grupo Universal nos Presídios (UNP), da Igreja Universal; Eduardo Fattori Boschiero, diretor da Escola Estadual Victor Lacorte; a psicóloga Flávia Dótoli, esposa de Paulo Dótoli, segundo diretor da unidade, falecido; a professora Darcy Dantas; além de um grupo de reeducandos, representando os 212 internos da unidade.
Homenageados
Walmir Bossan – primeiro diretor da CR, de 2001 a 2003.
Paulo Henrique Dotoli – segundo diretor, de 2003 a 2007. Faleceu, em outubro de 2014.
Carlos Eduardo Serraglio – Tuca – terceiro diretor, de 2007 a 2020, quando aposentou do Sistema Penitenciário Paulista.
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