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2002

Uma apresentação de dança do ventre africana e tambor marcou a inauguração da nova sede do Centro Afro “Mestre Jorge” na noite da segunda-feira (13). As duas atividades são oferecidas pelo espaço por meio de oficinas.

Josmar Brandão Coutinho, filho do artista plástico Jorge Brandão Coutinho, o “Mestre Jorge”, falecido em 2010, que dá nome ao Centro, lembrou que o espaço representa uma resistência a séculos de opressão. “Ele deixou um grande legado. Foi um exemplo para um grupo marginalizado. Temos motivos para nos orgulhar, ele foi um artista popular em sua essência. O Centro Afro é um espaço de resistência e tem um papel fundamental no combate ao racismo”. Tânia Caldeira, sobrinha de Mestre Jorge, também compareceu à solenidade.

O presidente do Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo (Comcedir), Fábio Mahal, vê o Centro como uma conquista, uma referência. “E isso é muito importante. Temos muito a avançar ainda; há muito o que se fazer. Quanto mais pessoas tivermos para discutir o tema, mais fácil será para resolver a questão”.

“O espaço é um reconhecimento ao grande artista e referência que foi o Mestre Jorge”, definiu o ouvidor das polícias do Estado, Elizeu Soares Lopes. “A luta contra o preconceito é uma luta civilizacional.”

Para o secretário do Centro de Equidade Racial do Estado de São Paulo, Ivan Lima, é “importante resgatar quem nós somos”. E anunciou: “Araraquara vai fazer parte de uma política do Centro de Equidade Racial”.

“Noite histórica”, definiu a coordenadora municipal de Políticas Étnico-Raciais, Alessandra Laurindo. “Muito importante essa noite e essa conquista. Precisávamos de algo à altura da nossa comunidade. É uma conquista nossa, que começou lá atrás. A luta é contínua. O Centro trouxe muitas conquistas na cidade, gerou muitas políticas públicas. Hoje, inclusive, temos um pacote antirracista na Câmara Municipal”.

Representando a Casa de Leis, a vice-presidenta Thainara Faria (PT) citou a atriz Viola Davis e enfatizou: “só não ganhamos um papel quando não temos a oportunidade”. “Estamos prontos para não ceder, para não termos que ser mais dez vezes melhor, trabalhar dez vezes mais, nos esforçarmos dez vezes mais. Somos troféus dos nossos ancestrais. Não recuaremos mais na garantia dos nossos direitos.”

Finalizando as falas, o prefeito Edinho Silva (PT) destacou que “o Centro resgata e reforça a homenagem a um dos artistas mais brilhantes da nossa cidade. Dia histórico. Vamos perenizar um espaço para as políticas públicas da nossa cidade. Um espaço importante porque a cidade o vê como um local de acolhimento. É a materialização de uma escolha, de um caminho. O Centro gera políticas para dar visibilidade. É uma vitória da comunidade negra de Araraquara. Mostramos que, com um espaço como esse, temos políticas públicas perenes. Esse Centro cada vez mais será um espaço de construção de políticas públicas para a construção de uma cidade mais igualitária”.

Participaram do evento os vereadores Aluisio Boi (MDB) – presidente da Câmara, Filipa Brunelli (PT), Guilherme Bianco (PCdoB) e João Clemente (PSDB), a secretária municipal de Direitos Humanos e Participação Popular, Amanda Vizoná, o coordenador de Direitos Humanos, Renato Ribeiro, e Cláudio Claudino, representando a Comissão de Combate à Discriminação Racial da OAB Araraquara.

O novo endereço do Centro Afro “Mestre Jorge” é Avenida Mauá, nº 377, no Centro. O telefone é o 3322-8316.