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O Salão Nobre da Universidade de Araraquara (Uniara) estava lotado para receber a palestra “Os direitos humanos na vida da mulher negra”, na noite da quarta-feira (14). O tema foi discutido pela coordenadora executiva de Direitos Humanos do município, Maria Fernanda Luiz.
Como parte do projeto “12 meses de consciência negra”, o evento, gratuito e aberto à comunidade, foi promovido pelo gabinete da vereadora e ex-aluna do curso de Direito da instituição, Thainara Faria (PT), em parceria com a coordenadoria de graduação e com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da universidade. Logo no início, Maria Fernanda lembrou que “mudar uma postura envolve toda a sociedade, homens e mulheres, negros e brancos. Precisamos estar abertos às mudanças”. A coordenadora destacou diversas questões, como a objetificação do corpo da mulher negra. “É um absurdo ela não poder ter domínio do que é seu”, enfatizou, falando também sobre a importância de as pessoas conhecerem seu passado para entenderem quem são. “A mulher negra é vista como forte, mas ela também tem seus momentos de fraqueza. É preciso um olhar sensível e humanizado, saber se colocar no lugar do outro”, completou. Segundo a palestrante, para proteger a vida e os direitos de mulheres e meninas negras, é imprescindível que mecanismos, soluções e remédios atuem sobre as experiências e necessidades específicas deste grupo populacional, incorporando a perspectiva de enfrentamento ao racismo patriarcal e heteronormativo, e ao racismo institucional e seus impactos sociais, econômicos e psíquicos. “Ser mulher negra é viver cotidianamente as diferentes formas de violações de direitos humanos”, afirmou.
A palestrante também trouxe dados do “mapa da violência 2015: homicídios no Brasil”, realizado pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso), a pedido da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com o estudo, no ano de 2013, morreram assassinadas 66,7% mais meninas e mulheres negras do que brancas. Os dados ainda informam que 58,9% das mulheres vítimas de violência doméstica são negras; 62,8% das mulheres vítimas de mortalidade materna são negras; e 65,9% das mulheres vítimas de violência obstétrica são negras. “Apesar de o Brasil ter se empenhado nas últimas décadas em ações de diminuição das desigualdades sociais e de enfrentamento da violência contra a mulher, elas não impediram o aumento dos assassinatos de mulheres negras, o aumento do encarceramento feminino e a continuidade das violações de direitos das mulheres negras”, entende. “É preciso trazer esse tema para os diferentes espaços onde estamos inseridos. Também se faz necessária a promoção dos direitos humanos em nossas práticas e vivências cotidianas. Para isto, precisamos repensar nossos posicionamentos e modos de atuação”, finalizou a coordenadora. Para Thainara, “a parceria com a Uniara é de fundamental importância, já que, neste espaço, forma-se futuros juristas que lidarão diretamente com os direitos da população e principalmente da população negligenciada por falta de recursos ou de políticas públicas que realmente transformem a sociedade”.
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