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Em celebração ao Junho Laranja, mês de alerta sobre os riscos de acidentes com queimaduras, a exposição “Vidas marcadas: retratos de sobre-viver”, foi oficialmente inaugurada no saguão da Câmara, na última sexta-feira (6) e permanecerá aberta ao público até o dia 26 de junho.

O evento, organizado pela vereadora Fabi Virgílio (PT), faz parte das atividades do “Dia Municipal de Luta Conta Queimaduras”, e reuniu na Casa de Leis o presidente da Câmara, vereador Rafael de Angeli (Republicanos); o prefeito, Dr. Lapena (PL); a fotógrafa Carol Barra; a vereadora Geani Trevisóli (PL); além de representantes do Corpo de Bombeiros e servidores municipais.

Segundo Fabi, o acidente sofrido por sua amiga Rafaella Pucca, que teve quase metade do corpo queimado em uma fogueira ecológica, foi a motivação para a montagem da mostra, que pretende servir como um alerta à sociedade. “A gente não se atenta a determinadas pautas enquanto elas não nos afetam diretamente. Quando vivenciamos algo assim de perto, percebemos a necessidade de avanços. Infelizmente, parece que precisamos ter vítimas para que a política seja alterada de acordo com as necessidades.”

As imagens feitas por Carol Barra, fotógrafa, professora e criadora do Projeto Reolhar, retratam cinco vítimas de queimaduras que, por meio de suas histórias, convidam o público a refletir sobre o tema.

“As imagens chamam a atenção para esse problema e para todas as dificuldades que essas pessoas enfrentam, principalmente no pós-tratamento, que é muito longo, e não se restringe ao tempo em que a pessoa fica no hospital. A gente precisa estar ocupando determinados espaços, chamando a atenção das pessoas para determinados problemas, para que se sinta mais sensibilizado pelas lutas”, declarou Carol.

Médico especialista em cirurgia plástica, Dr. Lapena compartilhou sua experiência não só como profissional, mas também como alguém que já passou pela experiência de ser vítima de queimadura. “Eu já me queimei, e me tornei cirurgião plástico por causa de vídeos, imagens e acidentes com queimaduras. Trato queimaduras há 35 anos e sei o quanto é sofrido para as pessoas, as famílias, a enfermagem, os médicos e todos os que cuidam deles; é algo realmente aflitivo.”

Para Rafaella, que inspirou a realização da exposição e é membra voluntária da Associação Nacional dos Amigos e Vítimas de Queimadura, a luta de quem sofre uma queimadura grave vai além das cicatrizes. “Eu trago essa exposição não só para dar visibilidade, mas também para dizer que estamos aqui, estamos vivos e queremos ter qualidade de vida, aproveitando o presente da melhor maneira possível. Porque, para uma vítima de queimadura, o tratamento não termina quando as feridas fecham; muitas vezes, ele vai permeando a vida toda.”

Mesa Redonda

Após o encerramento da solenidade no saguão, foi realizada, no Plenário da Câmara, uma mesa-redonda sobre o tema “Junho Laranja: Prevenção aos Acidentes e Amparo às Vítimas”. Os debates foram conduzidos pela vereadora Fabi e contaram com a participação de Rafaella Pucca, Vanessa Ianelli, assistente social e mãe de vítima de queimadura, e do Capitão PM Cássio Koitsi, comandante do 3º Subgrupamento do 9º Grupamento do Corpo de Bombeiros.

Junho Laranja

Anualmente, a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) realiza a campanha Junho Laranja, em celebração ao Dia Nacional de Luta contra Queimaduras, comemorado em 6 de junho e criado pela Lei nº 12.026/2009. Junho foi o mês escolhido para a intensificação das ações preventivas a esses acidentes, pois, historicamente, é o período em que se registram mais ocorrências, frequentemente relacionadas aos festejos juninos, que envolvem fogueiras e fogos de artifício.

De acordo com o site do Ministério da Saúde, “queimadura é toda lesão causada por agentes externos sobre o revestimento do corpo, podendo destruir desde a pele até tecidos mais profundos, como ossos e órgãos. Os principais agentes causadores de queimaduras são líquidos superaquecidos, combustível, chama direta, superfície superaquecida, eletricidade, agentes químicos, agentes radioativos, radiação solar, frio, atrito, fogos de artifícios ou, ainda, contato com animais ou plantas (como larvas, água-viva e urtiga)”.