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Uma Audiência Pública realizada na Câmara apresentou para a população o trabalho desenvolvido por quatro Pontos de Cultura de Araraquara reconhecidos pelo Ministério da Cultura e pelo Governo do Estado: Associação dos Amigos da Praça das Bandeiras, Associação Pé Vermelho, Fundação Araporã e Instituto Colibri.
O evento, na noite de segunda-feira (26), foi organizado pela Comissão Especial de Estudos denominada “Frente Parlamentar em Defesa da Cultura e dos Fazedores de Arte”, formada pela vereadora Fabi Virgílio (PT) e pelos vereadores Alcindo Sabino (PT) e Michel Kary (PL).
Os Pontos de Cultura são entidades selecionadas por editais e apoiadas financeira e institucionalmente para desenvolverem ações socioculturais em suas comunidades.
Praça das Bandeiras
O presidente da Associação dos Amigos da Praça das Bandeiras, Francisco Salles Colturato, iniciou as apresentações relembrando a história de revitalização da conhecida “Praça do Bar do Zinho”, na região central da cidade.
Entre 2009 e 2010, a Praça das Bandeiras chegou ao noticiário e às capas dos jornais como a “cracolândia” de Araraquara, em razão do tráfico de drogas registrado no local. Reuniões com o poder público e forças de segurança trouxeram medidas pontuais, mas que não solucionaram o problema. Então, pessoas interessadas na melhoria da praça se uniram para a criação da associação.
“Nós fundamos a associação para ter um CNPJ oficial, fizemos a ata, cartório, enfim, tudo o que precisava dar andamento. O comandante da Guarda Municipal falou nessa reunião uma frase da qual eu não vou me esquecer nunca: ‘Onde o bom fica, o mal se incomoda’. A partir do momento em que nós começamos a ocupar esse espaço com arte, cultura, entretenimento, lazer, houve um afastamento gradual daqueles que traficavam, daqueles que não queriam a praça habitada por pessoas que não estavam consumindo a mercadoria que eles estavam vendendo”, disse Colturato.
A praça foi renomeada para Praça das Bandeiras João Colturato “Zinho” em 2020, passou por ampla reforma em 2022 e se tornou um dos locais mais frequentados em atividades culturais na cidade. “Isso só vem comprovar que a cultura, de uma maneira geral, sempre vai fazer diferença”, complementou.
Associação Pé Vermelho
Fundadora da Associação Pé Vermelho, a pedagoga e pesquisadora Silvani Silva relatou como foi o processo de criação da instituição do Assentamento Bela Vista, que defende os trabalhadores rurais e a importância da agricultura familiar.
“Em 2007, o assentamento sofreu um conflito muito grande de desapropriação. Estávamos, todos os assentados, muito sofridos e sentidos com aquela situação. Na época, a gente, os jovens, queriam pensar alguma coisa. O que poderia alegrar as pessoas, o que a gente poderia fazer. E aí nasce o Pé Vermelho”, explicou.
O nome da associação, inclusive, tem um significado importante. “O que era um xingamento para nós nas escolas, ‘Chegaram os pé vermelho e barriga vazia’, a gente ressignificou. E nós entendemos por que ‘pé vermelho’ é tão significativo. Pé Vermelho, porque terra não é sujeira”, afirmou.
Tendo 43 assentados do Bela Vista como associados, a instituição busca valorizar a cultura caipira, o desenvolvimento sustentável e a inclusão social. Com oficinas, palestras, rodas de conversa e organização de eventos, como a tradicional festa junina, a associação calcula que já impactou 50 mil pessoas.
Fundação Araporã
A história da Fundação Araporã foi relatada pela mestre em Ciências Sociais e pesquisadora Natália Carvalho de Oliveira Checchi, presidente da instituição. A fundação foi criada em 1994 e é reconhecida como Ponto de Cultura desde 2019.
As áreas de atuação são povos e comunidades indígenas, desenvolvimento etnoambiental (preservação dos territórios indígenas e do meio ambiente), etnoarqueologia (especialidade da arqueologia que estuda as sociedades contemporâneas e sua relação com o mundo material), patrimônio, educação patrimonial e economia criativa e solidária.
Como uma das principais ações da fundação, Natália elencou a Feira de Culturas Indígenas de Araraquara. “É uma oportunidade para que a gente entre em contato com populações e povos de diversas partes do Brasil, assim como do interior paulista, das terras indígenas que temos aqui perto, como Araribá, Icatu e Índia Vanuíre, que são as mais próximas aqui a nós”, afirmou.
Foram citadas também a parceria com o Museu de Arqueologia e Paleontologia de Araraquara (Mapa), a catalogação do Patrimônio Paleontológico de Araraquara, a realização de curso de cerâmica e outras oficinas e cursos.
Instituto Colibri
Outro Ponto de Cultura que já era reconhecido pelo Ministério da Cultura é o Instituto Colibri, que começou sua história em Araraquara em 2007 e fundou uma filial em Paraty (RJ) em 2010.
O instituto tem objetivo de promover a paz, a inclusão social, a cidadania, os direitos humanos, a democracia e o desenvolvimento científico e tecnológico.
Entre os projetos desenvolvidos estão bibliotecas comunitárias, o projeto “Meu Rumo” (de busca ativa escolar e cursos profissionalizantes) e a Festa Literária da Morada do Sol (FliSol), que está na quarta edição.
“A FliSol é alegria, é festa. Eu aprendi a festar. Por isso que não é feira. É festa literária. A gente festa o ano todo. Desde o seu lançamento até o final, é uma festa da literatura e das artes integradas. Neste ano, a gente tem uma missão um pouco mais forte ainda, no incentivo à leitura na Biblioteca Municipal”, disse a presidente do Instituto Colibri, Bernadete Passos.
‘Noite mágica’
Nas considerações finais, ao término das apresentações, os vereadores presentes e a secretária municipal de Cultura, Euzânia Andrade, ressaltaram o trabalho de cada instituição e a importância do setor cultural do município.
“É uma noite mágica. A gente vê o quanto é rica esta cidade, quanta coisa ela tem para nos oferecer. Eu não me surpreendo, porque a gente já sabia. Só que é diferente quando você está em uma posição como a gente está aqui. Quanta responsabilidade a gente tem com tanta gente importante, tanta produção que nós temos. Araraquara é uma cidade poderosa em cultura e arte”, disse Euzânia.
“Espero que tenha sido um momento para que a gente fortaleça essa sinergia que existe no fazer das artes em nossa cidade”, afirmou Fabi Virgílio, que preside a frente parlamentar.
Para Michel Kary, foi um dia de aprendizado e contribuição. “São projetos que mantêm a história de Araraquara viva dentro da área cultural”, relatou. “A gente está em um lugar privilegiado, em uma cidade privilegiada em relação à cultura”, complementou Alcindo Sabino.
Também estiveram presentes outros representantes da Secretaria Municipal de Cultura; a diretora executiva da Fundação de Arte e Cultura de Araraquara (Fundart), Renata Crespi; além de artistas, produtores culturais e agentes territoriais de cultura.
A Audiência Pública foi transmitida ao vivo pela TV Câmara e ainda pode ser assistida na íntegra pelo Facebook e pelo YouTube.
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